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Ásia concentra quase metade dos casos de câncer no mundo

 

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Cerca de 9,5 milhões de diagnósticos de câncer são oriundos de países asiáticos

O Observatório Global do Câncer (GCO), uma plataforma interativa que apresenta estatísticas globais sobre o câncer, identificou que em 2020 foram registrados 19,2 milhões de diagnósticos da doença em todo o mundo. A pesquisa englobava todos os tipos de cânceres em ambos sexos e todas idades. Chamou atenção o fato de a Ásia ter sido o continente que mais concentrou casos, cerca de 50% do total mundial.
Ao todo, a Ásia concentra 9,5 milhões dos diagnósticos registrados. O continente, que têm países superpopulosos como China e Índia, têm mais que o dobro do número de casos quando comparado a Europa, o segundo continente líder no ranking e que alcançou 4,4 milhões de casos.
Já na outra ponta aparece a Oceania, com o menor volume de registros e apenas 254 mil casos registrados ao longo de 2020. América Latina e Caribe, onde está o Brasil, registraram 1,4 milhões de casos, América do Norte 2,5 milhões de casos e a África somou 1,1 milhões de cânceres registrados.
Para a médica oncologista do Hospital Felício Rocho Dra. Flávia Cardoso, a alta desigualdade populacional influência nos números de casos, mas não é somente este o fator determinante. A especialista assinala outros fatores que ajudam a elevação destes números.
“Onde há mais pessoas provavelmente haverá maior número absoluto de casos de câncer. Porém, é válido lembrar que além de uma grande população, países como Índia, China, Indonésia e Filipinas convivem com saneamento básico precário, pouca instrução acerca de bons hábitos alimentares e a prática de esporte, além de menor acesso a informações quanto aos riscos de câncer. Tudo isso influencia para a elevada incidência do câncer”, acrescenta a especialista.
A médica ainda explica o que é a doença e como ela surge. “O corpo humano é composto de trilhões de células vivas. O câncer é ocasionado quando há crescimento e multiplicação anormal e descontrolado de células. Esse crescimento é diferente do que ocorre na célula normal, ao invés de morrer, as células cancerosas continuam crescendo e formando novas células anômalas. Com o passar do tempo, esses conjuntos celulares defeituosos impedem que o órgão funcione normalmente e logo todo o sistema estará comprometido”.
Apesar de em valores absolutos o número de diagnósticos ser maior na Ásia do que na Europa, proporcionalmente ao número de habitantes, temos um maior percentual na Europa 0,58% versus 0,2% na Ásia. Essa diferença pode ser explicada devido a maior taxa de envelhecimento do continente europeu, além do maior acesso ao diagnóstico. Por outro lado, a taxa de mortalidade na Ásia supera a taxa de mortalidade na Europa, o que provavelmente está relacionado ao maior acesso ao diagnóstico e tratamento precoces nos países europeus.
Indiferente de onde ocorrer no mundo, um caso de câncer precisa receber tratamento adequado para aumentar as chances de curar o paciente. “Hoje temos mais de 200 tipos de câncer catalogados e cada um tem um tratamento específico. Quanto antes descobrir o câncer, mais chances o paciente terá de sobreviver a doença. Além disso, o risco de desenvolver vários tipos de câncer pode ser reduzido com mudanças no estilo de vida, por exemplo, não fumar, limitar o tempo de exposição ao sol, ser fisicamente ativo e manter uma alimentação saudável”, finaliza a médica.

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