Mercado que movimenta até US$ 87,5 bilhões por ano tem o Brasil como forte expoente
O autor é Leonardo de Campos Melo, advogado especialista em contencioso judicial e administrativo estratégico e em arbitragem, e Sócio-fundador do escritório LDCM Advogados - leonardo@ldcm.com.br O Projeto de Lei 4/2025, em tramitação no Senado desde 31 de janeiro de 2025, propõe uma ampla reforma do Código Civil de 2002. De autoria do Senador Rodrigo Pacheco, com base em anteprojeto elaborado por Comissão de Juristas presidida pelo Ministro Luis Felipe Salomão (STJ), o PL modifica ou revoga 897 dos 2.063 artigos atuais e inclui cerca de 300 novos dispositivos, o que, para muitos, equivale à criação de um novo Código. O PL aparenta contar com amplo apoio político e institucional e a tendência é que avance no processo legislativo. Tenho dito, e reforço, que um projeto de lei é uma obra humana, imperfeita por natureza. É mesmo esperado, portanto, que o PL 4/2025, com tantas e relevantíssimas alterações, necessite de ajustes e aperfeiçoamento. Por essa razão, das crític...
Cirurgias plásticas são moda em todo o planeta. O faturamento global do setor gira entre US$ 65 e US$ 87,5 bilhões anuais, segundo a Patients Beyond Borders, publicação especializada em turismo cirúrgico. Parte dessa verba é despejada nas clínicas brasileiras, e uma medida considerável é de interessados vindos de outros países.
A mesma revista o gasto médio de pacientes estrangeiros no Brasil é de cerca de US$ 3,4 mil, incluindo o procedimento, serviços de acomodação e de transporte, alimentação, acomodação, etc. Valor considerado bem abaixo se comparado ao serviço oferecido em países da Europa e nos Estados Unidos. “Uma das principais vantagens que o mercado brasileiro oferece é a concorrência dos preços. Os valores praticados por aqui são de 20% a 30% menores do que as clínicas estrangeiras”, revela Dr. Felipe Villaça, cirurgião plástica da FVG Cirurgio Plástica.
A FVG já realizou cerca de 15 mil procedimentos cirúrgicos, e umas das razões para este número é a infraestrutura. Ele chama a atenção para este aspecto, que é outro motivo que atrai pacientes de fora do país. “De modo geral, as clínicas brasileiras oferecem excelente infraestrutura, profissionais de alta qualidade e atendimento rápido e eficiente. Isso é um privilégio, porque a realidade estrangeira é diferente. Muitas vezes o paciente enfrenta uma fila de espera que desestimula o procedimento. Há muitas vantagens em vir para cá”, explica.
Prova disso é que até o Ministério do Turismo vem identificando um fluxo maior de pessoas que desembarcam no Brasil, dentre eles brasileiros residentes no exterior, quase que exclusivamente para realizar algum procedimento. Por ano, aponta a própria Patients Beyond Borders, são realizadas 1,5 milhão de cirurgias plásticas, das quais 7% - cerca de 105 mil – são em estrangeiros. As filas reduzidas se devem à quantidade de profissionais da área: por aqui, existem hoje pouco mais de 6 mil cirurgiões habilitadas a oferecer o procedimento.
Em 2022, o mercado local viu um aquecimento de 13% em relação a 2021, mas a expectativa do setor é ainda mais ousada para os próximos anos. Até 2027, espera-se que o crescimento alcance a faixa dos 35%. “O desafio é que os donos de clínicas se preparem para receber uma quantidade ainda maior de pessoas, porque a tendência é de que essa demanda se eleve muito. Este é um cenário bastante tangível, pois o crescimento é bastante evidente no dia a dia”, garante o cirurgião.